Ford Grand C-Max mostra seu espaço

Teste: Ford Grand C-Max mostra seu espaço
Nova minivan da Ford apresenta boas soluções para famílias maiores

É impossível ignorar a proliferação das versões de sete lugares no segmento das minivans compactas, e a Ford aproveitou a segunda geração da C-Max para preencher essa lacuna. A melhor forma foi dividir a linha em duas carrocerias distintas, uma C-Max de cinco lugares e uma Grand C-Max de sete.
E é precisamente neste último que traz as maiores novidades. Por enquanto, está disponível com quatro motores, dois a gasolina e dois à diesel, todos apenas com câmbio manual e nível de acabamento Titanium. Certamente, a versão de maior volume em Portugal será a 1.6 TDCi de 115 cv.


A tarefa que tem pela frente é árdua, mas a Ford acredita plenamente nas qualidades da minivan para conquistar a preferência do consumidor europeu. A C-Max tem a tarefa de encarar a forte concorrência de nomes como o Citroën Grand C4 Picasso, Opel Zafira, Peugeot 5008, Renault Grand Scénic, Seat Altea XL, Toyota Verso e VW Touran. A lista é longa e não deixa dúvidas sobre a importância desse tipo de veículo no mercado europeu.
Kinectic Design

A Ford decidiu recorrer ao kinetic design, usado nas recentes criações da marca. Porém, no caso concreto do Grand C-Max, o tamanho mais avantajado não dá muitas alternativas aos designers, que precisam sacrificar um pouco do desenho arrojado em função das formas mais quadradas para maior espaço interno. Aliás, diga-se de passagem, ao contrário do C-Max, o Grand é mais desajeitado e menos atraente.

Mas o “problema” não está na frente. Está na traseira. É que o formato menos compacto da janela traseira e as lanternas mais alongadas na zona superior conferem-lhe um aspecto mais “pesado”. As barras prateadas no teto, as portas traseiras corrediças e o vidro inserido na coluna C, são elementos que distinguem o Grand C-Max do C-Max. Os vidros escurecidos são de série, ao contrário das rodas de 17 polegadas, que estão disponíveis em diferentes pacotes de equipamento.


Com mais 140 mm de distância entre eixos e mais 58 mm de altura em relação ao C-Max, o Grand C-Max faz-se valer de um simples e funcional sistema de rebatimento dos bancos. O central da segunda fila tem ainda a particularidade de poder ser facilmente alojado sob um dos laterais: bastam dois movimentos para se passar a usufruir de seis lugares em vez de sete.
Além disso, esta solução permite aos ocupantes moverem-se facilmente entre as segunda e terceira filas de bancos através do corredor central, evitando, deste modo, mexer nos bancos laterais ou nas cadeiras de crianças que possam estar instaladas. O único senão são as portas laterais deslizantes não poderem receber um mecanismo de abertura e fechamento automático, como tem, por exemplo, a tampa do porta malas (neste último é necessário gastar mais 520 euros, valor que inclui cortinas manuais nas janelas laterais e tomada de 230 v).

A boa posição de dirigir, a qualidade de construção elevada e o bom nível de equipamentos são outros argumentos do habitáculo do Grand C-Max. O novo monovolume compacto chega ao mercado rodeado também de fortes medidas de segurança. Prova disso é o opcional dispositivo que detecta a presença de veículos nos pontos cegos presente na unidade testada. De resto, tudo o que está instalado neste Ford é proposto de série: ABS com EBD+EBA+Hill Start Assist, ESP, seis airbags e fixações Isofix.

Um opcional muito interessante é o sistema ativo de estacionamento. Ele permite estacionar o veículo em vagas paralelas sem utilizar as mãos. A VW já disponibiliza um sistema semelhante, disponível em vários modelos da linha alemã.


Ritmo descontraído

Embora disponível também com 95 cv, o motor 1.6 TDCi atinge a sua melhor forma na versão de 115 cv, dispondo de injeção common-rail (pressão máxima de 1650 bar), injetores de maior vazão, quatro válvulas por cilindro, turbo de geometria variável, intercooler e filtro de partículas. Este bloco de quatro cilindros, que cumpre as normas Euro 5 e tem acoplada uma caixa manual de seis velocidades, é melhor aproveitado para passeios sem pressa do que viagens mais emocionantes.
Alguma falta de vivacidade deve-se, sobretudo, aos 1504 kg de peso do Grand C-Max, que impedem um resultado mais favorável. Contudo, desenganem-se aqueles que pensam que este monovolume compacto é incapaz de proporcionar ritmos mais fortes. Nada muito esportivo, mas existem modelos menores e mais potentes que apresentaram rendimento inferior.

O novo Grand C-Max é construído sobre a plataforma que a Ford desenvolveu para a categoria média, presente também na nova geração do Focus. Neste sentido, a marca norte-americana trabalhou muito bem. O carro é ágil, preciso e reativo, o desempenho dinâmico deste monovolume compacto transpira solidez e eficácia. É certo que os pneus opcionais Michelin Primacy HP, de medida 215/50R17, dão uma importante contribuição para tal, mas o comando do câmbio agradável, os freios competentes e a direção suficientemente precisa são características que tornam a condução verdadeiramente interessante.


Bem mais apelativo do que o desempenho é, sem dúvida, o consumo. Mesmo em ritmos mais fortes, é difícil exceder os 15 km/l. De acordo com a média ponderada por nós registada (17,2 km/l), com um único tanque de 60 litros, é possível percorrer mais de 1000 km, o que é, sem dúvida, uma boa notícia para quem tem de percorrer grandes distâncias no dia-a-dia. Caso contrário, as versões a gasolina 1.6 Ecoboost de 150 cv ou 180 cv servem perfeitamente. Até porque são mais baratas que as movidas a diesel. A Ford ainda não divulgou os preços oficiais da Grand C-Max, mas especula-se que o modelo custe cerca de 27.000 euros, ou R$ 60.000 nas configurações intermediárias.