Toyota Corolla 2012 - Medida provisória

Teste: Toyota Corolla 2012 - Medida provisória
Toyota lança Corolla 2012 reestilizado para adiar uma nova geração

A Toyota começa a sentir os abalos da crise que passa em todo o mundo. Depois de diversos recalls em que a imagem da marca japonesa ficou arranhada, a liderança mundial do mercado foi quase perdida em 2010 para a General Motors. E uma das consequências da atual fase se refletiu no lançamento da linha 2012 do Corolla. A escolha foi por uma pequena reestilização – adaptando-o ao visual americano – e algumas alterações mecânicas, quando geralmente essa já seria a hora de uma nova geração. Com isso, a Toyota pretende adiar o lançamento de um carro totalmente novo pelo menos dois anos.

O lado positivo é que o ano de 2011 será particularmente movimentado para o segmento de sedãs médios no Brasil. Marcas como Renault, Peugeot, General Motors e Hyundai são algumas que terão novos representantes na briga que em 2010 envolveu quase 180 mil vendas. Até o antigo líder Honda Civic deve chegar maquiado no segundo semestre para tentar retornar a liderança do nicho. Portanto, a renovação do Corolla chega em boa hora.
A principal das novidades foi a adoção do comando variável de válvulas na admissão e escape – Dual VVT-i – no motor 1.8 16V, que antes contava com comando variável de válvulas apenas na admissão. Agora o propulsor está mais forte. A potência subiu de 136 cv para 144 cv com etanol, enquanto o torque foi de 17,5 kgfm para 18,6 kgfm. Com isso, os dois motores do Corolla ficam bem próximos em desempenho, já que o 2.0 16V, que já contava com a tecnologia VVT-I, continua com 153 cv de potência e 20,7 kgfm de torque.
Na parte mecânica, a Toyota introduziu nas versões de entrada – XLi e GLi – um novo câmbio manual de seis velocidades. Além disso, ainda é oferecida a já conhecida transmissão automática de quatro marchas que, nas variantes com o motor mais potente, ganha opção de trocas manuais na própria alavanca e por borboletas atrás do volante.
Já o visual fica de acordo com o modelo vendido na Europa. A reestilização foi pequena. Na dianteira, a grade ficou maior e com os filetes centrais mais finos, em uma clara inspiração no médio-grande Camry. Além disso, o para-choque foi redesenhado, ficou mais proeminente e as entradas de ar, maiores. Nas laterais, as rodas de liga leve ganharam novo desenho.
A traseira abriga as principais modificações. As lanternas têm agora lentes transparente, no estilo tunning, e as luzes uma nova distribuição. Fora isso, nas configurações XEi e Altis a Toyota adotou lanternas com iluminação em led. A moldura da placa está maior.
Os preços foram realinhados e novos equipamentos foram adicionados na linha 2012 do Corolla. Na configuração de entrada, a XLi, o modelo conta com ar-condicionado manual, direção elétrica, airbag duplo frontal, trio elétrico, volante com regulagem de altura e profundidade e computador de bordo. O valor é de R$ 63.570 com câmbio manual e R$ 67.570, com a transmissão automática. O Corolla GLi ainda adiciona ar-condicionado digital, volante multifuncional, travamento automático das portas e ABS, por R$ 67.070 com  câmbio mecânico e R$ 70.570 para o automático. Já a XEi, a primeira a ter o propulsor 2.0 16V Dual VVT-i, ainda recebe airbags laterais, sensor de luminosidade, conectividade USB/MP3/Bluetooth, bancos de couro e cruise control por R$ 76.770. A topo de linha é a Altis, que a partir de R$ 86.570 acrescenta regulagem elétrica do banco do motorista, acabamento interno em madeira e faróis xênon. Com a linha 2012 do Corolla, a Toyota pretende vender 55 mil unidades no ano, mantendo os 30% de participação do mercado de sedãs médios e a liderança do segmento.
Ponto a ponto
Desempenho – A adoção do sistema de duplo comando variável de válvulas no propulsor 1.8 16V deu ânimo extra ao Corolla. A potência máxima subiu para bons 144 cv com etanol. Esse ganho se reflete nas arrancadas. A partir das 2.500 rotações, o motor enche e empurra o sedã médio com desenvoltura. Ponto também para o câmbio manual de seis marchas – outra adição da linha de 2012. Ele tem engates curtos, precisos e é muito bem escalonado, o que ajuda o Corolla a chegar nos 100 km/h em 11,8 segundos. Nota 8.
Estabilidade – O Corolla é um carro com a suspensão voltada claramente para o conforto. Mas nem por isso é um sedã molenga. Durante as curvas, a carroceria torce pouco e passa sensação de segurança. Nas retas, a direção é precisa e direta até a faixa dos 150 km/h. A partir daí, são necessárias correções para manter a trajetória. Nota 7.
Interatividade – Um dos aspectos nos quais o Corolla deixa a desejar. O interior conta com soluções pouco práticas, como o controle dos retrovisores externos escondido atrás do volante. Além disso, em um carro que passa dos R$ 60 mil são esperados itens como volante multifunção e ar-condicionado digital, o que o sedã da marca japonesa não oferece. Pelo menos o rádio/toca CD ganhou uma entrada auxiliar. Nota 6.


Consumo – Durante o test-drive realizado 100% em estrada, o Toyota Corolla XLi com câmbio manual conseguiu a boa média de 10,1 km/l. Quando a opção é pela transmissão automática, o número cai para 9,2 km/l, segundo o computador de bordo. Nota 8.
Conforto – A suspensão do Corolla é suave e filtra com competência as imperfeições do piso. Mas a Toyota não disponibiliza bancos de couro nem como opcional nas versões com motor de 1.8 litro. Pelo menos o tecido ganhou nova padronagem que, segundo a fabricante, melhoraram também o conforto. Nota 7.

Tecnologia – A atual plataforma do Corolla é a utilizada pelo carro desde 2002. Já os motores da linha compensam pela boa dose de tecnologia embarcada. Tanto o 1.8 como o 2.0 agora têm comando duplo variável de válvulas. O câmbio manual também é novo e conta com seis velocidades. Na configuração básica XLi, a testada, o modelo não contava com itens básicos para o segmento, como ar-condicionado digital ou freios com ABS. Nota 7.


Habitabilidade – Frente aos seus concorrentes, o Corolla apresenta um espaço interno limitado. Grande parte da "culpa" é da distância entre-eixos de apenas 2,60 metros, enquanto a maioria dos rivais bate perto dos 2,70 m. O reflexo é mais sentido pelos ocupantes dos bancos traseiros, que ficam um tanto quanto apertados. A oferta de porta-objetos na cabine também não é vasta e o porta-malas tem braços que invadem a área da bagagem. Nota 6.

Acabamento – Os materiais empregados na cabine do Corolla são de qualidade duvidosa para um carro de mais de R$ 60 mil. Além disso, há rebarbas no encaixe do console central, próximo aos comandos do ar-condicionado - que também aparentam fragilidade. Há, no entanto, apliques de tecido nas portas e a parte superior do painel - próxima ao para-brisa - é emborrachada. Nota 7.

Design – Na hora da reestilização, a Toyota optou por seguir o modelo comercializado na Europa. Foram poucas modificações em relação à linha do ano passado, mas servem para aproximar o visual - principalmente da dianteira - com o médio-grande Camry. Nota 7.


Custo/Benefício – O valor cobrado pela Toyota pelo seu sedã médio não chega a ser alto. O problema é o volume de equipamentos embarcados. Na variante XLi, a de entrada, faltam ar-condicionado digital e ABS, por exemplo. Nota 7.

Total – O Toyota Corolla XLi 1.8 16V Dual VVT-i somou 70 pontos em 100 possíveis.
Primeiras impressões

Mudanças bem-vindas

Atibaia/SP – A Toyota apenas atualizou o Corolla. O design, portanto, não traz nada de novo e nada chama a atenção. As grandes novidades foram essencialmente reservadas para a parte mecânica. O propulsor mais fraco, de 1.8 litro, ganhou o sistema com duplo comando variável de válvulas, que permitiu um maior rendimento. Na prática, o Corolla 1.8 ficou mais ágil e com retomadas bastante satisfatórias, principamente depois dos 2.500 giros. Antes disso, é preciso ter paciência para ter uma resposta.
Grande parte do bom desempenho também foi resultado do novo câmbio manual de seis velocidades. Ele conta com relações longas, o que significa que o motorista precisa trocar frequentemente as marchas para conseguir um bom resultado. Se, por um lado o consumo de combustível é melhorado, por outro, o motor não atinge o sua melhor faixa de uso. Mas o trabalho é facilitado pelos engates precisos e embreagem leve - apesar de ser muito alta. A sexta marcha é overdrive e serve para melhorar o consumo. A 120 km/h, com ela engatada, o Corolla rodava com 3 mil rpm.